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Reflexões de um final de ano

Em todo final de ano, me sento com o computador e tento colocar em palavras o que foi o meu ano.

INTENSO. 2022 foi um ano intenso. Doenças. Incertezas. Frustrações. Indecisões. Se no ano passado eu falei que praticamente tudo não havia dado certo, esse ano eu redesenhei quase todas as áreas da minha vida e a vi sob uma nova perspectiva.

Ressignificar os sucessos disfarçados de insucessos foi meu grande desafio. Olhar para mim com mais reconhecimento, amor e empatia também. Porque eu sou ótima para olhar para o outro com afeto, mas para mim mesma é sempre mais difícil. Uma das minhas grandes lições foi entender que eu não preciso ser suficiente para o mundo, mas que eu posso ser parte de um todo. Estar na escola me trouxe esse sentimento de fazer algo maior. Eu, de fato, encarei a sala de aula presencial depois de dois anos de pandemia. Criei vínculos, me diverti, me cansei absurdamente. Conheci colegas professores incrivelmente fortes, com quem eu aprendo todos os dias. E também defendo onde eu estiver.

Ressignifiquei minha identidade profissional. Me envolvi, fiz a parte que me cabia, me senti útil para o mundo. Estive realmente feliz com meu trabalho e, por vezes, agradeci pelo que eu mais reclamei e critiquei um dia. Esse novo olhar me fez enxergar tantas coisas lindas que eu já conquistei, mas nunca havia dado a devida importância. Porque eu sempre vi minhas realizações como mero estoque de conquistas, como se mais uma ou menos uma não fizesse tanta diferença. Pra mim, sempre foi muito natural conseguir as coisas que eu tinha como alvo e, quando passava a euforia da novidade, eu sempre as descartava. Mas dessa vez não, revisitei tudo que trilhei até aqui e percebi como eu sou abençoada.

E, pela primeira vez, me senti feliz pelo simples fato de ter feito a melhor parte do que me cabia, independente do resultado. E risquei no planner todas as metas que eu cumpri, mesmo não tendo conseguido. Porque eu fiz, e fiz incrivelmente bem feito.

Eu fui gigante esse ano. Fui gigante porque eu fiz o melhor que eu podia em todas as áreas da minha vida. Coloquei em prática tudo que eu descobri na terapia. Senti todas as emoções que surgiram. Eu vi beleza até onde não tinha. Eu me reconectei comigo mesma e com o divino que habita em mim. E, principalmente, eu servi. Servi como professora, como voluntária, como amiga, como filha. Mais uma vez, eu fiz a parte que me cabia em quase todas as situações. E esse foi meu mantra de 2022 – fazer a parte que me cabe.

Porque, no final das contas, é só o que a gente pode fazer. A parte que nos cabe. Porque a outra parte a gente não controla. E carregar um peso que não é nosso é cansativo e dilacerante. Eu soltei muitos pesos.

E, para 2023, eu quero soltar ainda mais. Quero viver mais leve. Quero agir de acordo com o que a vida me trouxer. Faltam dois dias para o ano novo e eu ainda nem tenho metas. Isso é realmente estranho, mas estranhamente bonito pra mim. Acho que estou esperando a vida se mostrar para que eu possa fazer algo por ela e por mim.

E é isso que eu desejo pra você – que você solte. Que você viva a realidade, dura como ela é. Que você saia do ideal e que viva o real fazendo a parte que lhe cabe. Apenas ela. Para mim, sair do ideal está sendo assustadoramente novo, mas viver com uma velha roupa colorida já não me cabia mais. Sair da necessidade de ser minha melhor versão foi meu maior ganho desse ano. E me reconhecer pequena e coadjuvante me tornou um ser humano menos egocêntrico e mais feliz. Sair do pedestal imaginário e dessa busca incessante de ser cada dia melhor foi a benção que esse ano me trouxe. Estou amando essa nova fase. Essa fase mais real, empática e leve.

Espero que, em 2023, você seja mais humano com você mesmo. Que seu relógio da vida seja realmente o seu, e não o do outro. Que você aproveite a vida fazendo o que traz sentido pra você, o que é significativo. E que você se reconheça também como coadjuvante. A gente não precisa ser protagonista o tempo todo.


Um ano novo cheio de muito amor!


Paz e bem,

Professora Geilza.

2 Comments


Que reflexão linda Geilza! Me emocionei, pois me vejo dentro de suas palavras. Que esse ano de 2023 Deus nos abençoe e nós dê sabedoria, e também nos conduza segundo a Sua vontade.

Um abraço!

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profgeilzalima
Dec 30, 2022
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Obrigada, Val! É pra todos nós ❤️

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